quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Artigo.

O Santos e a síndrome Michael Jackson.


por Marlon Marques.


















A Copa do Mundo é uma coisa boa certo? Depende. A Copa do Mundo bem jogada, justa e ganha em campo sim. Essa Copa suja, política e mal jogada não, e mais, faz mais mal para os clubes. O Santos que o diga. Antes da Copa o Santos não apenas jogava bonito, jogava bem e com consistência. Após o mundial o time alvinegro ainda não conseguiu reeditar as grandes partidas do primeiro semestre, e antes que digam que o time do Santos apenas ganhou de times fracos, lembrem-se que o Santos ganhou do Vasco, Grêmio, Atlético-MG e quatro vezes do São Paulo, todos times grandes. O Santos virou paradigma, exemplo, e base da seleção brasileira numa época dominada por estrangeiros e estrangeirismos. Porém o Santos pode começar a viver um período de declínio – natural até. Times de futebol dificilmente são regulares, ou são excelentes ou ridículos, ou oito ou oitenta. O que mais preocupa em relação ao Santos é que ele dá sinais da síndrome Michael Jackson. Michael Jackson é sem dúvida um dos maiores artistas do século XX, e um dos maiores de todos os tempos da música pop. Desde criança já mostrava grande talento a frente dos Jackson Five. Sua carreira solo naquele contexto era previsível e lógica, e foi o que aconteceu. Com uma conjunção de marketing, boa produção – méritos de Quincy Jones, dinheiro e talento, a coisa aconteceu. Jackson virou um super star, caindo no gosto de velhos, jovens e crianças de todo mundo. Fez inúmeras turnês mundiais, emplacou grandes hits, vendeu muitos produtos e conseguiu o feito de ter o disco mais vendido de toda história da música, Thriller, mais de 100 milhões de cópias. Assim como no futebol, na música também os artistas não conseguem manter uma regularidade, não conseguem ter uma carreira estável, mas o problema se dá quando a balança começa a pender mais para o negativo. E foi o que aconteceu com Michael Jackson. Antes era notícia por seus shows, por suas músicas, por performances memoráveis, como aquela em que numa premiação ele mostrou ao mundo o passo moonwalk e deixou todos boquiabertos. Era notícia por seus excelentes discos, por seus clipes inesquecíveis, tais como Thriller e outros. Quando ele chegou ao seu auge, ao invés de maximizar tudo isso e elevar a potências altíssimas, não, passou a declinar sendo noticia em páginas policiais e tablóides sensacionalistas. Escândalos com o fisco, com a polícia, com a justiça, pedofilia, casamentos, paternidade, agressões, etc. fizeram com que aparecesse mais pelo menos importante: as polêmicas. O Santos parece viver algo semelhante. São inúmeras polêmicas minimizadas pela diretoria, são problemas tornados besteiras, coisas sérias levadas como brincadeira. Tudo isso pode levar o Santos a se igualar a Jackson, pois o astro pop quando começou a se envolver em problemas, proporcionalmente começou a gravar maus discos. Vai acontecer como o Santos? Ninguém sabe, mas corre o risco. Acusações de que Neymar desrespeita outros jogadores, Madson que exagera em baladas, Robinho com regalias, alguns atletas que não vão à instituição de caridade, além de programas de tevê, propagandas, tumulto na internet, entre outras coisas. E o futebol? Enquanto você consegue equilibrar as coisas vá lá (eu acho intolerável mesmo assim, mas no futebol se aceita), meio que uma coisa compensa a outra, agora quando em campo as coisas não vão bem, não é de bom tom os escândalos fora das quatro linhas. Sob o signo da juventude, os meninos da Vila acabam extrapolando e se esquecem que um jogador de futebol serve de exemplo para a garotada, e que são profissionais. Há mais o Brasil é um país carente em educação e isso reflete nos jogadores de futebol. Concordo com a matriz social do problema, mas eu não estou exigindo dos jogadores consciência social, intelectualidade e ótimas entrevistas – que seria ótimo, apenas seriedade, que se não do próprio jogador, que seja imposta pelo clube. À medida que essa relação começa a desequilibrar o grande prejudicado é o time do Santos, que só como detalhe, é mais importante do que qualquer jogador. O clube não é uma entidade abstrata, possui a voz de seu presidente em exercício, então cabe a ele por ordem no caos que começa a dar sinais na Vila Belmiro. Da mesma forma que com os títulos uma administração fica marcada como vitoriosa, uma administração também fica marcada por motivos ruins. Então caso o Santos venha a cair de produção em quanto futebol jogado (e demais reflexos disso), responsabilizem também o presidente Luis Álvaro – por sinal um bom dirigente, por não ter punido os meninos-homens (se não todos, 90% deles do elenco principal maiores de idade), pois como não pode mais dar uma palmada (aqui simbolicamente), a relevância torna-se ingerência, e as conseqüências são as piores possíveis.




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"O Santos virou paradigma, exemplo, e base da seleção brasileira numa época dominada por estrangeiros e estrangeirismos. Porém o Santos pode começar a viver um período de declínio".





























"Michael Jackson antes era notícia por seus shows, por suas músicas, por performances memoráveis, como aquela em que numa premiação ele mostrou ao mundo o passo moonwalk e deixou todos boquiabertos. Era notícia por seus excelentes discos, por seus clipes inesquecíveis, tais como Thriller e outros. Quando ele chegou ao seu auge, ao invés de maximizar tudo isso e elevar a potências altíssimas, não, passou a declinar sendo noticia em páginas policiais e tablóides sensacionalistas".



















"Caso o Santos venha a cair de produção em quanto futebol jogado, responsabilizem também o presidente Luis Álvaro – por sinal um bom dirigente, por não ter punido os meninos-homens, pois como não pode mais dar uma palmada, a relevância torna-se ingerência, e as conseqüências são as piores possíveis".










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