terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dilma Rousseff e a VAR-Palmares

Artigo.

Por Leandro Borges


*Imagem de um suposto documento em nome da candidata a presidência da Republica do Brasil Dilma Rousseff que circula na rede mundial, não se sabe a procedência desse documento e nem sabemos se é verídico ou não.

A Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) foi uma guerrilha política brasileira de extrema esquerda, que combateu o regime militar de 1964, visando a instauração de um regime de inspiração soviética neste país. Surgiu em julho de 1969, como resultado da fusão do Comando de Libertação Nacional (Colina) com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) de Carlos Lamarca.


Em declaração ao jornalista Elio Gaspari, Daniel Aarão Reis Filho, ex-militante do MR-8, professor de história contemporânea da Universidade Federal Fluminense e autor de Ditadura Militar, Esquerda e Sociedade, disse:

Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática.

A organização realizou atos de assalto, roubo e terrorismo, sendo a mais conhecida de todas a expropriação do mítico "cofre do Adhemar", contendo pouco mais de 2,8 milhões de dólares, em espécie, o equivalente a 16,2 milhões de dólares de 2007. Esse cofre encontrava-se na residência de Anna Gimel Benchimol Capriglione, secretária e amante do ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros – conhecido popularmente pelo bordão "rouba, mas faz". Supunha-se que o dinheiro mantido no cofre seria portanto, produto da corrupção do ex-governador. Carlos Minc foi um dos integrantes da organização que participou do roubo. Dilma Roussef também participava da organização, mas não integrou a ação mais conhecida do grupo. Enquanto há versões de que Dilma organizou toda a operação, Minc garante que ela não tinha qualquer papel destacado no grupo, atuando apenas na retaguarda.

Conforme Maurício Lopes Lima, um integrante de buscas da Oban (Operação Bandeirante), estrutura que integrava o serviço de inteligência das Forças Armadas (e onde teriam sido realizados atos de tortura), Dilma era a grande líder da organização clandestina.

Já em setembro de 1969, um de seus grupos dissidentes reconstitui a VPR e outra fracção cria a DVP, mais tarde rebatizada como Grupo Unidade.

A VAR-Palmares teria também planejado em 1969 o sequestro de Delfim Neto, símbolo do milagre econômico e à época o civil mais poderoso do governo federal. O suposto sequestro, que deveria ocorrer em dezembro daquele ano, já havia sido referido no livro "Os Carbonários", de autoria de Alfredo Sirkis, em 1981. Antonio Roberto Espinosa, ex-comandante da Vanguarda Popular Revolucionária e da VAR-Palmares, reconheceu que coordenou o plano, que era de conhecimento de cinco membros da cúpula da organização, e que Dilma seria uma dessas integrantes da cúpula. O sequestro não teria chegado a ser realizado porque os membros do grupo começaram a ser capturados semanas antes. Dilma nega peremptoriamente que tivesse conhecimento do plano e duvida que alguém realmente se lembre, declarando que Espinosa fantasiou sobre o assunto.

Desmantelada a partir de 1971 devido à forte repressão dos militares, a VAR-Palmares teve duas de suas principais lideranças presas e assassinadas pelo regime: Carlos Alberto Soares de Freitas, um dos fundadores do Comando de Libertação Nacional (Colina), e Mariano Joaquim da Silva, o Loyola, veterano das Ligas Camponesas, "desaparecido" nos cárceres clandestinos do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) no Rio de Janeiro.

Nenhum dos assaltantes foi condenado pelo roubo dos dólares.

Referências:
1. ↑ Folha de S. Paulo, 23 de setembro de 2001
2. ↑ Luxo, política e intrigas. Espólio de Ana Capriglione é leiloado no Rio
3. ↑ A Ação grande ou o roubo do cofre do Adhemar
4. ↑ a b Minc: Dilma não roubou 'cofre do Ademar' em 1969. O Globo (18/02/2009). Página visitada em 02/08/2009.
5. ↑ O cérebro do roubo ao cofre. Veja (15/01/2003). Página visitada em 02/08/2009.
6. ↑ (05/04/2009) "Ex-guerrilheira é elogiada por militares e vista como "cérebro" do grupo". Folha de S. Paulo (29.222): Caderno A - Brasil.
7. ↑ (08/04/2009) "Painel do Leitor". Folha de S. Paulo (29.225): Caderno A - Opinião.
8. ↑ (12/04/2009) "Para ficar ao abrigo de desmentidos". Folha de S. Paulo (29.229): Ombudsman.
9. ↑ Nassif, Luis (06/04/2009). Fonte acusa Folha de manipulação. Último Segundo. Página visitada em 13/08/2009.
10. ↑ Espinosa denuncia fraude da “Folha” contra Dilma. Jornal Hora do Povo. Página visitada em 13/08/2009.
11. ↑ A fraude da Folha(*) e o sequestro de Delfim: Dilma não sabia de nada e não tem do que se defender. Conversa Afiada (06/04/2009). Página visitada em 13/08/2009.
12. ↑ (05/04/2009) "Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim". Folha de S. Paulo (29.222): Caderno A - Brasil.
13. ↑ (05/04/2009) "Aos 19, 20 anos, achava que eu estava salvando o mundo". Folha de S. Paulo (29.222): Caderno A - Brasil.

Um comentário:

  1. Anderson Monçores11:04 PM

    Amigos...
    Estamos em vespera de eleições, um oba-oba festivo que só acontece de dois em dois anos...
    Todos aqueles que passaram e morreram na repressão politica, não lutaram, perderam, morreram e venceram, para serem os politicos desta era (estando a conjectura nacional na forma em que se está)? Pois digo-lhes que sim! Eles são os politicos que decidem o aumento da carga tributaria, que mandam dinheiro para ajuda de paizes, que deicham o proprio paiz a Deus dará, entre outras coisas.Não é hora, de julgarmos eles e condenarmos eles por seus passados...
    Estamos alem da hora de cobramos por nosso futuro!

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