A mercantilização da Fé e a anti-ética da coação.
por Marlon Marques.
Li recentemente num jornal evangélico de boa circulação, uma matéria intitulada: “Fé – um serviço de utilidade pública?”[1] Fiquei intrigado com o título, mas não decidi ler a matéria. Fiquei intrigado com essa questão da fé como um serviço. Eu confesso que não entendi o que os editores do jornal ou o colunista assinante da matéria quis dizer com “serviço”. O fato é que me pareceu um certo entregismo da parte deles ao se colocarem como mercadores da fé, como prestadores de serviço que eventualmente podem cobrar por ele. O que mais assusta é que, no estágio em que o capitalismo chegou, até a fé tornou-se um produto, manipulado por certos formadores de opinião auto intitulados arautos de Deus. A desculpa é sempre a mesma: “irmãos, para que possamos continuar lhes prestando esse serviço de fé com tanto empenho e eficácia, é necessário ajuda em dinheiro para nos mantermos no ar”. Só que esses programas são auto-referentes, pouco se fala em Deus ou em sua palavra (apenas uma oração no final), falam de suas ações, divulgam seus cantores (para venda de discos e dvds), vendem produtos, anunciam, afinal, a propaganda é a alma do negócio. Deus não é tratado como finalidade das coisas, mas sim como meio, um meio de se obter algo. A teologia da prosperidade é usada para conciliar Deus e dinheiro sem culpa. É só lembrar do ótimo livro “O desconforto da riqueza” de Simon Schama para entender essa questão a fundo. E o irônico de tudo isso é que tudo não passa de uma troca. Enquanto eu ganho na terra (os religiosos), vocês ganham no céu (os fiéis). Isso é literalmente vender terreno no céu. É um negócio muito lucrativo. Os judeus sempre tiveram uma relação bem diferente com o dinheiro. Permitiam a usura e o enriquecimento era (é) muito parecido com os dos cristãos flamengos (descritos no livro de Schama). Não era uma riqueza para ostentação, para o mundo, e sim para si, porém sem deixar de lado os compromissos com Deus e cair na auto-indulgência. E por falar em indulgência. É ridículo esse conflito claramente aberto entre católicos e evangélicos. Os primeiros se dizem certos por serem os guardiões da tradição, os segundo se dizem certos por serem os mais corretos e seguirem mais a palavra. E no final ambos estão equivocados. Justamente por que não seguem o mandamento supremo de Jesus, o amor. Na Irlanda via-se nitidamente a inversão da vontade de Cristo, pois ambos os cristãos, ao invés de se amarem, se odiavam. E nesse ponto, ambos se igualam. Lutero que era católico, iniciou o protestantismo justamente por querer uma igreja mais casta e honesta. Era realmente absurdo o que os clérigos católicos faziam com a fé. Venda de indulgências, de relíquias falsas, (simonia), etc. A fé solapando a razão proporcionava a cegueira do povo que piamente acreditavam
[1] Jornal Show da Fé – Ano 3, n. 44, setembro de 2009 – Igreja Internacional da Graça de Deus.
[2] Igreja Mundial do Poder de Deus.
[3] Ex. 20: 7.
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Caro amigo...
ResponderExcluirDesde eras promordiais, somos levados a crer em algo, seja no coletivo imaginario, seja de maneira solitaria, seja por realidades ou mero acasos.O que realmente importa é que se naum fosse da forma em que se apresenta o mundo a nossa volta as palavras de Jesus, como tambem as palavras de Jeova seriam consideradas falsa...
Jesus disse e assim esta escrito:
" O TEMPO PASSARA, MAS MINHAS PALAVRA NÃO PASSARAM".
Imagine se poucas pessoas no mundo tivessem um simples conhecimento nisso, se fosse uma frase rara, escrita num pedaço de papelque apenas um e outro sabem que existe.
Então nesse caso Jesus seria um mentiroso!
E ele não o é!
As "vendas" e "compras" de fé bem como toda a sua "manipução" é porque este mundo não esta em conflito com o que foi falado e escrito.
Aceite o mundo sem fazer parte dele, não o critique, nem pra bem e nem pra mal, esse mundoesta do jeito que deve estar.
Tentar muda-lo é tentar ir contra a vontade e observação de Jeova.
Não devemos fazer nada? É o que deve estar se perguntando.
Quando não fazemos nada nada acontece.
O probelma é, se fizermos o que acontecer, pode ser de consequencias negativas, e ai odemos ter percebido que deveriamos ter feito nada.
Ha momentos em devemos agir, momentos que devemos fugir e momento de ficarmos inertes.
Mas entodos os momentos devemos confiar em Jeova, ele sabe qual é o momento apropriado.
postado por Anderson Monçores
p.s. Não sou testemunha de Jeova