sábado, 12 de setembro de 2009


Ensaio.

11/9.


por Jiffy Stake.


































Todo americano deixou de ser americano naquele dia. Aquele dia tornou-se o primeiro da nova vida de cada cidadão americano, eu mesmo nasci de novo após o fatídico dia. O perdão é o sentimento mais difícil de se exercer. Perdoar alguém é de fato muito difícil. Os Estados Unidos da América é uma nação cristã, e portanto deveria exercer o perdão. Mas o que se vê e se viu nos rostos é ressentimento. O mundo se virou para a América uma vez quando o homem pisou na lua, se voltou novamente quando Luther King disse “I have a dream”, mas chorou quando Kennedy morreu em Dallas, mas com certeza o maior choro de toda história americana foi com o 11/9. Nada irá superar esse dia, muitos dos que viveram, morreram junto com seus entes queridos, e todos os demais se feriram mortalmente até hoje. Eu confesso que ouvi versões conspiratórias nos moldes de Oliver Stone sobre o 11/9 ter sido armado por Bush, mas confesso também que relutei e reluto até hoje em não crer nisso. Mas como vivemos numa democracia, tudo pode ser dito. Acho que fiquei tão chocado com tudo o que aconteceu, que a única imagem que tenho na mente é de um homem se jogando tentando em vão se salvar. Penso as vezes que ele estava buscando uma morte mais digna, pois não se conformava em morrer por terroristas com uma causa contraditória. Nesse momento deixemos todos as nossas diferenças de lado, pois na dor todos somos iguais. A América nunca foi tão negra, nunca foi tão branca ou tão chicana quanto no 11/9. Por um momento, enquanto aquela névoa recobria Manhattan, todos se esqueceram das diferenças, se abraçaram e choraram atônitos sem saber direito o que dizer ou pensar. Incondicionalmente os heróis americanos salvaram quantas vidas puderam e muitos até deram a sua num martírio digno de menção honrosa. O ideal de solidariedade, amor e esperança não se enterrou nos escombros, ao contrário, se fortaleceu ainda mais nos braços de muitos homens e mulheres de valor inigualável, que naquele momento foram mais importantes do qualquer Bush ou Clinton, que não estavam lá naquele momento crítico. Eu não estava lá, mas é como se estivesse. Eu apenas assisti pela tevê, mas lágrimas de sangue escorreram dos meus olhos e essa é uma dor que jamais iremos superar. A comunidade muçulmana também perdeu membros naquele dia terrível, eles não são vilões, são vitimas tanto quanto qualquer americano. Nem Alá nem God se orgulharam do que seus filhos fizeram – nem da atitude dos terroristas e nem da atitude do governo americano. A humanidade errou em 11/9, todos nós temos algum tipo de culpa [pela permissividade], e de dor [pelos mortos, feridos e destruídos]. Acredito que o mundo deveria olhar para o onze de setembro e tirar uma lição para sempre, de que somos todos iguais na dor, mas que o amor também nos iguala, porém tudo é escolha, tanto o amor como a dor, porém é o ódio a condição que rege a vida do mundo. Como está escrito em Jó, “o mundo inteiro jaz no maligno” (1 Jo 5,19). 11/9 é uma data que nunca será esquecida, nem que os anos passem, nem que as gerações passem por um surto coletivo de amnésia, nunca haverá mais a mesma tranqüilidade e a felicidade nunca mais será completa, pois sempre estará faltando algo em nossas vidas e na paisagem de ilha de Manhattan.



























































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