sábado, 29 de agosto de 2009

Ensaio.

Michael Jackson e a cruzada da pedofilia.


por Dusty O´Connor.





































Como um pai amoroso pode ser pedófilo? E como um pedófilo pode ser um pai amoroso? Esse parece mais um dilema shakespeariano. Michael Jackson está no centro desse dilema, acusado várias vezes de abuso sexual infantil, o rei do pop é também um conhecido amigo das crianças. Pela declaração emocionada da filha de Michael Jackson na cerimônia de homenagem pela sua morte, a menina disse ser o astro o melhor pai do mundo. Macaulay Culkin sempre se disse amigo de Michael, e embora nunca tenha dito nada a respeito das suspeitas de pedofilia, implicitamente se posiciona a favor do astro pop. Porém se quem cala consente, tanto Macaulay quanto Michael consentiram algo. Pois Macaulay nunca disse sim nem não, e Michael nunca disse não as acusações, e sempre tentou calar o escândalo com seu dinheiro. Pense no caso do jogador Ronaldo com os travestis. Os travestis pediram um alto dinheiro para que a notícia não fosse para a mídia, o jogador preferiu assumir seu erro em público e se redimir do suborno, mostrando a todos que agiu errado, mas teria agido mais errado ainda pagando o suborno, uma vez que tanto ele quanto nós sabíamos que mais cedo ou mais tarde essa notícia sairia na mídia. Michael Jackson poderia ter feito o mesmo, poderia ter brigado na justiça por sua inocência desde a primeira acusação de pedofilia. Mas porque não o fez? Como ele já não está mais aqui para nos dizer, cabe a nós especularmos a respeito. Não estou querendo dizer aqui que ele é culpado, mas quem é inocente nos dias de hoje? Michael Jackson tornou-se muito mais falado por esses escândalos do que por sua qualidade musical. Em 1993 ocorreu a primeira acusação, todo esse calvário se estendeu até 2009, ano de seu falecimento. Se fizermos uma comparação, de 1993 para 1991, são dois anos, e 1991 é o ano de lançamento do último médio disco de Michael, Dangerous. A partir daí Michael chafurdaria na lama de sua própria vida, porém estava no auge, seu dinheiro e prestígio podiam abafar escândalos, mas o rei do pop se enganou e se esqueceu de um detalhe. A mesma indústria fonográfica e pop que o construiu, também o destruiria, e assim como o ergueu do mais profundo nada, ergueria outros astros de quilate inferior, mas que tomariam o espaço artístico de Michael – claro que com menos qualidade. Agora voltando aos casos de pedofilia, Michael apostou muito em sua história pessoal e em seu mito, alimentado pelo público e pela mídia. Ele talvez tenha acreditado que logo todos se esqueceriam desse fato, e que logo voltariam suas atenções as canções novas, aos novos discos ou as novas coreografias. Mas o que veio depois disso? Apenas fiascos, e uma caricatura de astro pop. O rei se nivelou aos súditos, agora ele era um de nós, suscetível aos erros, doenças e tristezas, e nem mesmo seu dinheiro e fama foram capazes de o salvar. Michael Jackson tornou-se uma figura tão bizarra que não seria de todo estranho que gostasse de molestar crianças. O ser humano é tão vil e ruim que tudo pode-se esperar, e no caso de um megalomaníaco superstar, nada disso soa tão impossível. Há um ditado que diz que onde há fumaça há fogo. Porque Michael obrigava os freqüentadores assinarem um contrato de comprometimento que dizia que nada poderia ser revelado sobre as experiências vividas e coisas vistas e ditas no rancho Neverland? O que de tão fantástico ou misterioso se fazia lá? Mesmo que após sua morte o mundo teve acesso a imagens do dia a dia no rancho, isso não me convenceu, pareceu-me tratar de montagem, mera edição. Se não faziam nada de mais no rancho, porque não revelar e deixar com que as suspeitas se auto-destruissem, mas não, o sigilo aumentava ainda mais as dúvidas sobre as atividades de Michael e dos freqüentadores de sua propriedade. Da mesma forma Michael resolveu não ir a diante na justiça sobre as acusações, será que ele tinha medo que um inquérito pudesse revelar algo que ele lutava para esconder? Possíveis provas, vestígios, depoimentos, funcionários acuados, coagidos a revelar sob táticas de interrogatório a realidade, ou realidade possível? Essas questões nos levam a crer que há algo de muito errado em tudo isso, mas que a morte do astro fez apagar momentaneamente da mente de todos, que consternados mundo afora preferem chorar a pensar a respeito. Mas do fundo do seu coração senhores pais, mães, irmãos, tios e padrinhos, depois de tudo isso, se Michael estivesse vivo, voceis deixariam suas crianças, filhos, sobrinhos, afiliados, passarem um final de semana em Neverland sem voceis, só eles e o astro?

































































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