segunda-feira, 25 de maio de 2009

Minha Coleção.

Adriano Monçores - "Dick".

Tudo se resume a: “Se é bom eu tenho em casa !”



por Marlon Marques.



















Se você apenas olhar pra ele, jamais irá supor que ele seja um cara tão crítico quanto é. Ele é magro, alto e extremamente simples, um cara bastante original, que não se prende a rótulos, estilos ou roupas da moda. Posso dizer que Dick é um paladino da liberdade, ouve de tudo sem se importar muito com a opinião alheia, o importante é que seja bom para os seus ouvidos. Seu nome completo é Adriano Alves de Oliveira Monçores, tem 29 anos, é quase casado, [ou é casado?], mora com os sobrinhos e com o irmão Anderson. A vida de Dick é muito musical, pois além de ouvir muito, toca e compõe de vez enquando, atualmente toca seu baixo em duas bandas, Invisible Ink e Fantastic 5. Tudo começou no ínicio dos anos 90, onde no periférico e terceiromundista Brasil não havia ainda os aparelhos compact disk, a saber, CD. Dick tinha em sua casa um bom e velho aparelho de som, e como as fitas K7 estavam no auge, o garoto na faixa dos seus dez, onze anos, gravava músicas que tocavam nas rádios. Dick confessou seu gosto na época pelo Flash House e nomes como DJ Bobo e Ace Of Base, mas a virada se deu mesmo através de sua frequência em locais mal vistos pelos pais, casas de jogos eletrônicos. Essas casas são [eram] popularmente chamadas de “fliperamas”, e uma das casas mais famosas da época no bairro Cohab II em Itaquéra, era o Fú. Assim como Lennon e McCartney se conheceram em uma festa qualquer e depois formaram a maior banda de todos os tempos [Beatles], Dick conheceu seu maior parceiro até hoje, Denis, montariam juntos uma banda, e tocam juntos até hoje. No Fú, Dick conheceu o rock´n´roll, principalmente o Hard Rock de Aerosmith, e sons mais básicos como David Bowie e Rolling Stones. Dick à partir daí navegaria em mares mais diversos, tais quais os contatos com Cranberries e Pixies, “eles me mostraram um lado mais diferente da música”, disse. O tempo passou e chegou o grunge, Dick não chegou a usar as famigeradas camisas de flanela e calças rasgadas, muito menos demonstrou tendências suicidas, mas ouviu Nirvana e Alice Chains, esse último presente em sua coleção. “O Nirvana me despertou o interesse em aprender a tocar um instrumento”, e o instrumento escolhido foi o baixo. Dick disse que na época ninguém tinha interesse pelo instrumento, e foi por conta disso que resolveu tocá-lo. Adriano se mostra muito crítico e descontente com a indústria musical. Ele reclamou muito sobre o fato de que o dinheiro impera sobre a técnica, e diz que muitas boas bandas ficam pelo caminho por não ter oportunidade de se mostrar. Dick diz que não dá muita importância para bandas, dá importância para música, a música é o que importa para ele. Seu pensamento se estrutura na seguinte frase: “por pior que seja a banda, sempre tem uma música que você gosta dela”, ou seja, não importa a banda, se a música é boa já vale, e talvez seja por isso que ele não tenha muitas camisas de bandas. Dick se posiona a favor da pirataria, pois diz que é ela quem divulga as bandas. Lembra que conheceu Pitty e CPM 22 tocando nos barraquinhas do centro, na Barão de Itapetininga, “quantas pessoas não passam por lá por dia? Muito mais do que no metrô ou no trêm!”, ele quer dizer a pirataria assim como a internet liberta a música, porque o acesso é muito mais barato. E Adriano pode dizer com propriedade porque é música da cena urderground, e não basta ser parte tem que participar, ele participa ativamente. Além de tocar com suas bandas, vai a shows [as vezes] de outras bandas que estão batalhando, e compra os discos dessas bandas também, bandas como Dilei, Fantastic 5, Sombaguá, Cracker Blues, ditas alternativas ou do underground do país que deveriam estar na mídia mostrando seu conteúdo, e não estão, tem seus lugares ocupado por emos e congêneres mercadológicos. A coleção de Dick é muito variada, há de tudo, Hard Rock, Punk, Grunge, Alternativo, MPB e Trilhas Sonoras, cds são alguns originais, Aerosmith, Faith No More, Radiohead, Zwan, e muitas coisas gravadas. Toda coleção do Cranberries está presente, assim como Strokes, Sixpence None The Richer, Placebo e Smashing Pumpkins. Dick diz odiar Madonna e U2, mas elogia as canções “Jump” e “One” desses artistas respectivamente. Em formato MP3, há muitas outras coisas, Placebo, At The Drive In, Sonic Youth, Weezer, Hole, Foo Fighters, Bjork, Nickelback e até Capital Inicial, além de coisas menos famosas como os ótimos Buffalo Tom e Black Box Recorder. De artistas nacionais, Dick cita apenas Tim Maia e Adriana Calcanhoto, mas garante gostar de artistas nacionais. Aponta como destaques de sua coleção a trilha sonora do filme “Eu, eu mesmo e Irene” e suas trilhas de animes, desenhos japoneses. Dick diz sobre essas que lhe trazem uma sensação boa, e um ímpeto de buscar coisas novas, de saber quem compôs as músicas, novos artistas, [nesse momento põe pra tocar uma música do Yu Yu Hakusho]. Demonstra afeição pela trilha sonora do filme “Cidade dos Anjos”, e em especial pela canção “Íris”, diz também que o acústico de Alanis Morissete, é o melhor disco ao vivo que lhe vem a cabeça. Dick é esse cara assim, calmo, simples e parece que não liga muito pra vida, mas tem procurado nos últimos anos crescer espiritualmente, buscando Deus de seu própria forma. É um grande baixista, um cara que gosta muito de tocar, além de ser o grande inventor de nomes para bandas, o nome Azisma é de sua autoria, e esse assunto aliás, parece incomodá-lo um pouco, não se pronununcia muito a respeito, e eu por respeito também não insisto. E antes de tudo é bom explicar, Dick e Adriano são a mesma pessoa, não há um momento em que ele é o Dick e outro que é o Adriano, e nessa matéria em um momento ou em outro ambos foram aparecendo e falando um pouco sobre si, Dick se definiu e definiu o Adriano dessa forma: “Adriano é um cara que não tem explicação do porque gosta, ele gosta, o que é bom eu tenho em casa!”, essa máxima define esse cara, alto, magro e normal, um cara normal, que apenas tenta fazer o que gosta sem atrapalhar ninguém, e isso é tão verdade, que em momento nenhum dessa matéria ele citou alguém de forma negativa ou vingativa, e é apenas nisso que ele é anormal.



















Prateleira Especial.























1. Sunny Day Real Estate - Diary. [Sub Pop, 1994]

"É bom e acabou! Não considero Sunny Day emo!"






















2. Sixpence None The Richer - Sixpence None The Richer. [Word Entertainment, 1998]

"Música sentimental. Eu gosto mais de sentimento do que de técnica na música".

























3. Smashing Pumpkins - Mellon Collie And The Infinite Sadness. [Virgin Records US, 1995]

"É bastante melancólico".
























4. Adriana Calcanhoto - Perfil. [Som Livre, 2003]

"Adriana Calcanhoto é bem melhor do que Maria Rita, além de ser mais inteligente".
























5. Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not. [Domino, 2006]

"É bastante rock, muitas guitarras".

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Fotos e Texto: Marlon Marques.
Colaboração: Leandro Borges.

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