Superação?

O dia 08 de março de 2009 entrará para os anais da história do campeonato paulista, pois foi o dia
“É necessário ainda uma sequência de jogos, para que Ronaldo possa se condicionar melhor, perder mais peso [e abdômen], ganhar mais mobilidade, e tudo isso só se consegue com treino e jogo, porém metabólicamente ele não é mais o mesmo [suponho eu], a medida que envelhecemos, perdemos muitas características que tinhamos quando jovens, e o futebol atual exige muito mais força e velocidade, do que técnica e cadência.”
Porém de qualquer forma é um fato louvável a volta de um grande jogador, depois de ter passado tudo o que passou, de ter se envolvido em diversos escândalos, ter se descuidado fumando, bebendo, comendo e saindo em demasia, para de fato voltar [o jogo do Itumbiara foi um prelúdio] num clássico do tamanho de um Corinthians e Palmeiras, e perdendo por um a zero, aos 47 minutos empatar um jogo quase perdido, é um feito e tanto, é digno de aplauso, pois um Derby não é um jogo qualquer, é o clássico de maior rivalidade no estado de São Paulo. O escanteio batido pelo apagado Douglas [que se redimiu por não ter passado a bola no jogo contra o Itumbiara à Ronaldo] fez uma curva incrível paralisando toda a zaga do Palmeiras, os zagueiros pareciam juvenis sem saber o que fazer, o goleiro Bruno foi tomado pela incerteza, saiu do gol, não interceptou a bola e no momento em que a bola caiu na altura da cabeça de Ronaldo, Bruno estava a caminho da trave direita, mas a bola foi mais rápida. O gol de Ronaldo se assemelha muito com o gol de Ricardinho na semi-final do paulista de 2001 contra o Santos, era o jogador certo, no lugar certo, na hora certa, veja, talvez se no lugar do Ronaldo estivesse o Souza, a história poderia ter sido outra, e se no lugar do Ricardinho estivesse o Gilmar Fubá ou o Márcio Costa, talvez o gol não tivesse saído. Ronaldo tem a sorte e a competência dos grandes jogadores, é fato que conseguiu voltar, como ele mesmo disse, seu objetivo já cumpriu, voltou, agora nos resta saber se Ronaldo estará mais para o Júnior, que aos 38 anos comandou o Flamengo na conquista do campeonato brasileiro de 1992, ou Romário que aos 39 anos [mesmo sem condições de atuar] foi artilheiro do campeonato brasileiro com 22 gols, ou para Maradona que aos 37 anos voltou melancólicamente a vestir a camisa do Boca Juniors, foi uma passagem desastrosa, foram 31 jogos em dois anos, gordo, fora de forma, sem mobilidade, ainda craque, com muita inteligência, visão de jogo e qualidade, mas sem as mesma condições, não dava mais, porém provou ao mundo que voltou, assim como Ronaldo, pois não basta voltar, é necessário ser útil ao clube, participar dos jogos e ajudar o clube a conquistar títulos. Romário aos 34 anos foi campeão brasileiro pelo Vasco e artilheiro do torneio com 20 gols, ou seja, ajudou o seu clube a conquistar o título, não estou comparando um ou outro, são estilos e técnicas diferentes, só estou comparando as situações, um era a idade [Romário] e o outro a idade, peso e contusões [Ronaldo], então é por conta disso que acho cedo para dizer-mos que o Ronaldo voltará a exibir o mesmo futebol que o consagrou. Bom, então para celebrar a superação, segue o post do álbum “A Momentary Lapse Of Reason” do Pink Floyd, uma verdadeira história de superação, porém não plena, mas de superação. Esse álbum é o primeiro sem Roger Waters, que ao sair da banda anunciou que o Pink Floyd sem ele não conseguiria sobreviver, e após uma extensa batalha judicial pelo uso do nome, Gilmour ganhou e junto com Nick Manson e Richard Wright, lançou esse bom álbum em 1987, que chegou ao terceiro lugar em vendas no Reino Unido. O álbum mostra a força e a vitalidade da banda mesmo sem um de seus líderes e principais compositores, emplacou pelo menos dois singles, principalmente “Learning To Fly”, é um disco bem executado, com uma sonoridade própria, e realmente sem o toque de Waters, o Pink Floyd mostrou ao mundo que podia voltar, e mesmo fazendo bonito, não conseguiu recuperar a forma da época de “Dark Side Of The Moon”, “Wish You Were Here” e “The Wall”, porém se Ronaldo conseguir o mesmo feito do Pink Floyd, já será muita coisa, é o mínimo que esperamos para o final de uma história de alegrias, tristezas, gols e solos de guitarra.
“Não basta voltar, é necessário ser útil ao clube, participar dos jogos e ajudar o clube a conquistar títulos.”
“O Romário do milésimo gol já não era mais aquele do tetra, e o persistente Túlio do Itumbiara, já não é mais aquele do título do Botafogo em 95, agora por que o Ronaldo será o mesmo de sete anos atrás da copa de 2002?”
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