Artigo.
Ronaldo, Zeca Pagodinho e o tempo das coisas.
por Marlon Marques.
Mais uma vez surge essa história. – Olha, não duvidem de Ronaldo, vocês não sabem do que ele é capaz. Que eu saiba o título do filme é “Pelé Eterno” e não “Ronaldo Eterno”. Será que não chegou à hora de encerrar a carreira? O discurso brasileiro diz que se deve ter confiança em si mesmo. Tudo bem! Só que a confiança está aliada as condições de se conseguir esse algo almejado. Não adianta apenas ter confiança se a conjuntura necessária não está a favor. O Plano Cruzado de Sarney era bem intencionado, mas não funcionou porque ele necessitava de um conjunto de coisas conspirando a favor. Ronaldo foi um craque, não um fenômeno. Sua qualidade como atacante, seu poder decisivo não se discute mais. Porém o que não dá para engolir essa a história de ciclo sem fim de superações. Acreditar nisso é achar que gato têm realmente sete vidas. O homem é finito. E essa verdade se aplica ao esporte. O esporte lida com os limites do corpo e com o corpo em plenitude para realização na média e acima dela daquela modalidade esportiva. No auge, poucos foram como Ronaldo. Mas esse discurso de que ele mesmo gordo é melhor do que qualquer outro já é demais. Nem o Pelé assim. Inclusive esse soube bem parar a carreira, pois percebeu essa simples lição, a de que a vida têm “começo, meio e fim”. Pelé teve uma carreira maravilhosa, mas oscilou entre momentos de maior e menor intensidade. Machucou-se em 62, 63 e 66, e mesmo que entre esses períodos tenha brilhado, sua genialidade fora posta em prova para a Copa de 70. E que fez então Pelé? Preparou-se duramente para triunfar. E triunfou, e mais do que isso, percebeu que aquele tinha sido seu último mundial em alto nível recusando-se a jogar a Copa de 74. É isso que falta para Ronaldo. Enxergar que seu limite chegou, não técnico, mas sim físico. Para um homem de sua idade, com as operações a que passou e com os remédios que toma, é impossível ter um físico de Neymar. Ronaldo nunca mais conseguirá voltar a seu peso ideal, não conseguirá ficar visualmente fino, sem aquele incomodo abdômen saliente. Sua resistência já foi, há jogos em que se arrasta
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"Esse culto a personalidade cega a visão, tira o criticismo de cena e faz com que ninguém tenha coragem de dizer que é hora de parar".
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"O esporte lida com os limites do corpo e com o corpo em plenitude para realização na média e acima dela daquela modalidade esportiva. No auge, poucos foram como Ronaldo. Mas esse discurso de que ele mesmo gordo é melhor do que qualquer outro já é demais. Nem o Pelé assim".
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A vida é Assim.
(Zeca Pagodinho).
(A vida é...)
A vida é assim.
Todo tempo tem seu tempo,
tem começo, meio e fim.
Hoje eu faço regime
e entro no time só por meio tempo.
Hoje eu já não invento
como inventava há tempos atrás.
Eu reduzi as gorduras,
pra mim, só verduras parei com o sal.
Hoje eu sou brisa mansa, já fui vendaval.
Hoje eu uso adoçante
e fico distante até de fumar.
Eu reduzi a bebida
e a minha vida é voltada pro lar.
Perdia três noites e hoje nem duas,
que uma pra mim satisfaz.
O que eu fiz antigamente, hoje eu não faço mais.
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