sexta-feira, 27 de novembro de 2009


Artigo.

As desculpas que todo mundo acredita.


por Marlon Marques.


































Tenho ouvido ultimamente que o Corinthians (apesar de já classificado para Libertadores) não está jogando bem, pelo fato de que o time se desmanchou. É pensamento corrente que o timão está sentindo a falta de André Santos, Cristian e Douglas. Pensando numéricamente, um time é composto de 11 jogadores. 3 (é óbvio) é menos da metade. Então acho falsa essa justificativa de queda de rendimento por conta de 3 jogadores (mesmo sendo jogadores chave). Outro aspecto é que esses três não são foras de série, insubstituíveis, etc. São jogadores bons, não craques. O time estava bem entrosado com eles, é fato, agora a dizer que a culpa pelo fato do time estar mal é a ausência desses jogadores, é demais. Diz o bom planejamento do futebol que um time sempre deve repor peças de qualidade igual ou superior as perdidas. O Corinthians fez isso parcialmente. Para os lugares de Douglas e Cristian, o time de parque São Jorge trouxe Edno, Defederico, Edu e Marcelo Matos. Só para vaga de André Santos é que não veio ninguém do nível. O meia argentino ainda é uma incógnita, mas não dá pra dizer que o Douglas é melhor do que o Edno. O Douglas pode ter dado certo no esquema, pode ter entrosado com o grupo, mas futebol, o Edno tem mais, tanto jogando de meia, quanto de atacante. O Cristian deu certo no Corinthians e só, é um jogador comum com muita vontade dentro de campo. Em quê o Edu e o Marcelo Matos ficam devendo á ele? Veja só a diferença. O André Santos continua na mídia não só pelas convocações á seleção brasileira, mas por suas atuações (inclusive com gols) pelo Fenerbahçe. Desde que saiu do Corinthians para o mesmo time turco de André Santos, nunca mais ouvimos falar de Cristian. Acho esse alvoroço desnecessário de um lado e necessário de outro. Desnecessário porque – como já disse – saíram apenas três jogadores, a base é a mesma, ainda adicionada por jogadores de grande qualidade (os quatro citados acima). E necessário porque é uma forma de camuflar o fato de que o Mano Menezes (que é ótimo técnico) não conseguiu encaixar as peças contratadas de forma adequada e também pelo fato de terem descoberto como o Corinthians joga. Não é mais novidade como foi no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil. Há, mas o Corinthians teve várias contusões. Faz parte do futebol e todos os clubes passam por isso. O outro fato é que o Corinthians não soube aproveitar o segundo turno do campeonato para se preparar para o ano do centenário. Trabalhar com as peças que aí estão e as demais que virão no futuro que se encaixem no time. Tome como base o time que enfrentou o Palmeiras no último clássico em Presidente Prudente (2x2 em 1/11). Dos remanescentes do time do primeiro semestre, apenas o Alessandro não jogou (machucado), o resto todos, tendo o Edu no lugar do Cristian, o Defederico no lugar do Douglas e o Jucilei improvisado no lugar do André Santos. Agora me diga, que diferença tão colossal é essa? Vejo mais aí um sensacionalismo provinciano para justificar o mau desempenho no campeonato nacional. E essa história de desmanche não é nova – só uma parêntese, não foi um desmanche. Muitos times, não só do Brasil, sofrem com a diáspora européia. Basta lembrarmos do Corinthians campeão mundial em 2000. Um time fantástico (que nem se compara a esse), entrosado, jogando por música e com mais de um jogador decisivo (hoje só tem o Ronaldo). Esse time foi quase todo desfeito (e em proporção bem maior do que a desse time de 2009). Compare. O time de 2000 era: Dida, Índio, Adilson, Fábio Luciano e Kleber, Vampeta, Rincón, Marcelinho e Ricardinho, Edílson e Luisão. Com esse time, o mediano Oswaldo de Oliveira foi campeão mundial. O time de 2001 era: Maurício, Rogério, João Carlos, Scheidt e Kleber, Marcos Senna, André Luiz, Marcelinho e Ricardinho, Gil e Ewerthon. O tempo de desmanche do primeiro e da formação do segundo, foi de 1 ano e 4 meses (final do mundial, 14/01/2000 – final do paulista, 27/05/2001). O Corinthians mesmo com um time bem inferior, foi campeão paulista (2001) jogando um bom futebol. Passou por um desmanche bem maior e mesmo assim não usou isso como desculpa para um também segundo semestre ruim em 2001, foi apenas o décimo oitavo no Campeonato Brasileiro desse ano. A grande questão é que não querem admitir que o planejamento foi (e está sendo) ruim, e que a queda de rendimento da equipe não se deu pela perda desses jogadores, mas sim pelas limitações do elenco e pela inabilidade de seu técnico em encaixar as boas peças que chegaram. Portanto abaixo á tais desculpas manjadas, ou seriam apenas desculpas tão comuns a um caro corinthianismo* que temos que agüentar.

* Escrito dessa forma mesmo por opção do autor.


















































































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Um comentário:

  1. A. Monçores2:42 AM

    Olhe...
    Futebol não é somete colocar a bola em campo e jogar 11 contra 11.
    Se estes jogadores que foram citados acima fizessem bons jogos, se Mano Menezes encaixase o grupo e o futebol do Corinthans começasse afluir e os pontos aparecessem, o Corinthans não estaria na atual posição da tabela, em que se encontra.
    Este clube, não se interessa pelo campeonato brasieliro.
    A ideia primordial é montar a equipe, e não jogar para ganhar o jogo ou o campeonato.
    Jogar sem aparecer, estar sem participar.
    O interessante não é o que sabemos, mas o que iremos saber.

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