domingo, 14 de junho de 2009

Artigo.

Uma volta relevante?


por Dusty O´Connor.


























Voltas nem sempre são positivas. As vezes cria-se uma expectativa enorme em torno de uma volta, e o que se ganha em troca é decepção. O Guns N`Roses talvez seja o exemplo mais bem acabado de fracasso e decepção. Fracasso de vendas e decepção de público, o disco Chinese Democracy foi tão aguardado, junto com a volta da banda – claro que não em sua formação original – e o resultado foi catastrófico. Entretanto, Pink Floyd é um exemplo de sucesso em uma volta, voltou em 87 com o disco A Momentary Lapse Of Reason e lançou em 94 The Division Bell, que junto com o ao vivo Pulse chegaram ao topo das paradas. O Alice In Chains também fracassou em sua volta, e AC/DC, Black Sabbath, Queen e The Doors, voltaram discretamente, sem o mesmo brilho que os consagraram[e até não daria mesmo]. A volta do Faith No More – volta talvez não, é mais uma reunião – traz-nos uma série de questões, e uma delas é, será que essa volta é relevante? Há duas formas de se analisar essa questão, uma do ponto de vista do público e outra do ponto de vista da banda. Do ponto de vista do público, essa reunão ou volta será relevante por dois motivos. O primeiro que já se sustenta em si mesmo, é porque muitos não viram a banda ao vivo. E todos nós sabemos que nunca assistir um show pelo dvd em casa será a mesma coisa de assistir ao vivo, de sentir a energia bruta e o calor de um show in locus. O segundo motivo é caso a banda lance material inédito [o que acho pouco provável] é só lembrar do The Police. Um disco de inéditas do Faith No More no futuro, seria um feito extraordinário, pois depois de 12 anos do último de inéditas [Album Of The Year], seria interessante ouvir músicas novas, levando em consideração a grande capacidade que os integrantes da banda possuem como músicos, e também por toda a experiência acumulada nesses anos em que cada um tocou seus projetos. Analise pela diversidade do que cada um estava [e está ainda] fazendo, mesmo sem contar as mil e uma faces de Mike Patton, é só pensar em coisas como Korn e Ozzy Osbourne [Mike Bordin], Brujeria [Billy Gould] e Imperial Teen [Roddy Bottum], para citar apenas alguns exemplos. Seria muito bom ver e [ouvir] o resultado dessa diversidade. Pelo ponto de vista do Faith No More é inevitável pensar no aspecto financeiro. Muitas datas de shows, propostas de contratos, turnês, festivais, merchandising, procura pela discografia da banda, dvd´s, etc. Além do quê, uma volta dessas envolve muito dinheiro, e embora os integrantes da bandas tenham suas carreiras consolidadas e nãos lhes faltem trabalho, o prestígio do Faith No More é tamanho, que mobiliza vultuosas quantias em dinheiro, e faz até bolsas de valores despencarem. Essa volta é relevante também para reafirmar a influência da banda e mostrar que não entrou para a história à toa. No site de vídeos youtube já estão disponíveis pedaços de alguns shows recentes feitos pela banda, nota-se alguns cabelos brancos aqui, outros acolá, mas a técnica continua a mesma. Nesse shows a banda tem mostrado seu repertório mais clássico, porém tem tocado músicas menos executadas, como Caffeine e Cuckoo for Caca. Isso indica que não vão apenas se limitar a apresentar velhos hits e apenas satisfazer a vontade dos fãs, mas vão executar músicas esquecidas no tempo, e mostrar a um público que descobriu a banda a pouco tempo, o verdadeiro significado de rock honesto e compromissado, não com a industria fonográfica, como si mesmo e com o público. Essa volta é relevante por se tratar de uma grande banda, de uma banda autêntica – o que carecemos muito nos tempos atuais. O Faith No More, principalmente a partir de Angel Dust nos mostrou que é possível fazer hits, tocar na rádio e abrir horizontes de rockeiros ortodoxos xiitas. Não se vê um compromisso com estilos musicais ou com grupos urbanos, se vê sim, um compromisso e uma identidade com a boa música, bem cantada e bem executada. O que já estamos vendo pelo youtube é apenas uma mostra do que veremos no Brasil, caso realmente o show de São Paulo de fato aconteça. O que posso dizer é que será um show muito melhor do que o último no extinto Philips Monster of Rock em 95, pois shows em festivais geralmente não são bons, e esse agora será uma apresentação isolada, com um público específico, pois na ocasião dessa última vinda, o público presente era todo de metaleiros, que não entenderam o Faith No More, com seu som único e diverso. Portanto, ainda é tempo de todos tirarem suas bitolas e olharem em outras direções, pois num mundo que prega a diversidade temos coisas muito iguais e repetitivas, o mundo precisa novamente do Faith No More para alargar esses horizontes tão estreitos e mostrar que há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a mtv e as rádios de rock por aí.





























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Um comentário:

  1. Penso que o sucesso de um retorno, depende muito da maturidade dos integrantes.
    O Retorno do Guns não deu certo porque mudaram muito os integrantes, e o que dava graça à banda era a harmonia (mesmo que rival) de Axl e Slash. Mas o Axl nunca foi - e agora parece que está menos ainda - maduro. Sempre quis aparecer, impressionar. Há os que impressionam espontaneamente. Axl força e é arrogante. O resultado dessa falta de maturidade e humildade resultou nisso... 15 anos para produzir um álbum, que encheu os fãs de expectativas (inclusive eu) e não correspondeu. Não que tenha ficado ruim. Eu particularmente achei o trabalho bom. Mas foram as atitudes e as mudanças que atrapalharam. Mas isso é só minha humilde opinião..
    Quanto ao retorno do Faith no More, musicalmente e financeiramente seria um estouro. Eu adoraria ver. Mas será que os integrantes estão mesmo dispostos a se encarar denovo? Às vezes a distância gera saudade, às vezes gera apenas indiferença.
    Mas se desse certo, agradaria muuuuuuuito os fãs!! rsrs
    Beijooosss

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