terça-feira, 10 de fevereiro de 2009




















Lush - Spooky.

por Dirce Dalila.

O Lush é uma banda muito interessante. O canto contido de Emma Anderson já nos apresenta as evidências do som dessa banda inglesa que mescla pós-punk climático com a pungência de um My Blood Valentine. Não é por acaso que colocam o Lush [a crítica americana] no caldeirão pouco definido do “Shoegaze”. A sonoridade desse bom “Spooky” [4AD, 1992] parece sair de uma velha caixa de som apenas pelo mono, o que envelhece o som da banda, dando um tom meio cinzento ao álbum, fruto da produção do soturno Robin Guthrie. O Lush por vezes soa como um Cranberries viajante, um tanto psicodélico eu diria, mas consciente do que estão fazendo e com o controle da situação a todo momento. A vantagem do Lush ao meu ver, é que eles conseguem um meio termo muito coeso entre a depressão do Cocteau Twins, a pretensão do Oasis e alegria inesplicável do Blur, é uma música calma, mas fluente, contínua. Lembre em alguns momentos New Order, como no caso de “Ocean”, em outros Dead Can Dance, “Nothing Natural”. “For Love” é o resultado extremamente adocicado do encontro entre Belle & Sebastian e The Jesus And Mary Chain, é um pop fofinho com corinhos de apertar a bochecha, como as tias velhas faziam, ou fazem ainda. “Superblast!” é um country espacial, não é uma boa canção, mas no conjunto ótimo do disco não chega a atrapalhar.

No final das contas é alternativo, rock alternativo inteligênte, bem tocado e bastante original, fazendo muito com pouco, utilizando-se de efeitos de forma moderada, fazem um som agradavel aos ouvidos, com um pé ancestral no punk, tem muito o que ensinar a muita gente, como Veruca Salt e The Breeders [muito bons por sinal]. “Take” soa muito Cranberries, Emma Anderson tem o mesmo timbre vocal de Dolores, porém a cozinha do Lush se sae melhor, pois não conta com o aparato e nem com a produção da banda irlandesa, Spooky foi lançado pela indie 4AD. O álbum todo soa como uma trilha sonora de fim de tarde, mas nenhuma das dozes faixas traduz melhor esse momento do que a última “Monochrome”, linda e frágil como um cristal, hipnotiza-nos com sua guitarra suave, mezzo psicodélica, dedilhados no ar, brisa no rosto e um sonho de liberdade, de voar, mas serve também para dias de fog saindo de um pub inglês qualquer.
















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