domingo, 22 de março de 2009


Minha Coleção.

Leandro Borges Pereira.



por Marlon Marques.



















(acervo - M.M, 2009)®

Era uma noite fria e sem nuvens, o relógio marcava 22:30h, quando um rapaz alto e magro me recebeu em seu apartamento, quarto andar, precisamente 41-C. Seu ar parecia meio envergonhado, e ao mesmo tempo sorridente, seria talvez um sorriso de nervosismo, nem parecia uma conversa entre amigos no início, mas logo esse rapaz de nome Leandro Borges, que também atende por “Iosbilário”, foi se soltando, e contando sua tragetória até o presente momento. Leandro Borges é um paulistano de 22 anos, namora há pouco mais de um ano com Janaina, é filho de Marli e Juca, e irmão de Leticia, é um guitarrista de grande talento, compositor, autodidata e blogueiro. Em 2006 surge o Iosbilario.blogspot, um blog que inicialmente foi criado para postar fotos, letras de música e textos sobre bandas, que ao longo de seus 3 anos de existência, alcançou uma posição bastante confortável na internet, sendo bastante visitado, o que deixa Leandro bastante feliz e esperançoso com o futuro, ele diz, “tenho espectativas de ter mais visitas, ser mais acessado, e quanto mais conteúdo, mais visitas”. Leandro se orgulha também pelo fato de conseguir chegar perto de blogs já consolidados como o 360 graus e o famoso Nabulabula, mas reconhece que há muito o que fazer ainda e o que postar. Leandro nos recebeu em sua casa para nos mostrar sua coleção de discos, diz ter cerca de uns 100 discos no total, entre originais, cópias e MP3. Possui um gosto muito variado, tendo em sua maioria rock, mas também jazz, blues e funk, o original, não o carioca. Mr. Iosbilário começou a ouvir rock aos 14 anos de idade, “eu não tinha nenhuma definição de música”, ouvia na verdade muita música caipira e sertaneja por influência de seus pais, mas na verdade diz, “eu não sabia o que eu queria escutar”. Tudo começou quando terminava o ensino fundamental, alguns amigos de escola tocavam violão e ele ficava ali, perto dos amigos, ouvindo e vendo os dedos dos garotos tirarem as notas, tudo era muito difícil no início, era algo que ele via mas não se imaginava fazendo. Um certo dia seu pai aparece em casa com um violão quebrado, Juca seu pai, decide então concerta-lo, compra novas cordas e o violão fica quase novo, esperando ser tocado [no bom sentido] por alguém. Inspirado em seus amigos de escola, Leandro então decide começar a tocar, esses amigos aos quais se refere, ouviam coisas como Legião Urbana, Capital Inicial, Cássia Eller, Kid Abelha, e essas foram as primeiras bandas que ele começou a ouvir. O primeiro disco de sua coleção foi o acústico do Capital Inicial, um disco copiado por um amigo, depois desse, vieram o acústico da Legião Urbana e o disco ao vivo duplo, esses discos serviram como treino para o aprendiz de violão Leandro, que disse, “eu tinha uns amigos que tocavam bem, eu queria ser que nem eles”, e de fato conseguiu ser, e até demais, ouvia apenas esses sons, meio que fechado em uma caixa sem outras possibilidades. Sua coleção foi evoluindo a medida que ele próprio foi evoluindo, como ouvinte e como guitarrista. O fato decisivo para o que ele chama de “mudança drástica”, foi a sua amizade com seu vizinho de infância Marlon, esse lhe apresentou bandas novas, novas possibilidades, e novos amigos.


















Suas aquisições dessa nova fase foram realmente marcantes, começou com os discos do Mr. Bungle, projeto não tão paralelo assim de Mike Patton do Faith No More, depois a inevitável exploração pelo Faith No More, e por fim as viagens de Pink Floyd e Portishead. O Faith No More se deu mais por conta do seu ingresso na banda de rock alternativo Azisma, seus integrantes muito influenciados pelo FNM, ouviam sempre os discos, em especial o Angel Dust e o King For A Day, Leandro então passou a cada vez mais abrir seus horizontes musicais, chegando a Weezer, Deftones e uma de suas bandas favoritas A Perfect Circle. Ainda em seu processo de aprendizado, Leandro passa a frequentar os cursos de violão do professor Edison, esse ensina seus alunos a compor seus próprios temas baseados em composições suas de jazz. Foi assim que Leandro passou do rock para o jazz e para o blues, em sua coleção há nomes como Bonerama, Centrifugal Funk, Eric Clapton e Buddy Rich Band. Leandro conheceu Buddy Rich, através de um disco em sua homenagem organizado por Neil Peart, baterista do Rush, a técnica absurda desses musicos impressionou Iosbilário, tanto que hoje ouve muito sons crossvers de jazz com rock, tanto que o ultimo disco de sua coleção é “Truth In Shredding” do MVP, projeto do guitarrista profissional Mark Varney, que mistura rock, funk e jazz num caldeirão de incrível ténica e improviso. Leandro se diz muito influenciado pelo Radiohead, principalmente pela sonoridade única da guitarra de Jonny Greenwood, e também pelo Los Hermanos, do qual diz que as músicas são simples e ao mesmo tempo complexas, sendo um desafio tocá-las. Aponta ainda Mr.Bungle, Faith No More, Incubus, Portishead e A Perfect Circle, como as bandas que mais gosta, tendo no Duran Duran uma descoberta inusitada, diz que conhecia a banda, mas não tinha ouvido com atenção, o mesmo diz do Placebo, achava muito “gay” o som, mas depois ouviu melhor acabou gostando, por influência de seus companheiros de Azisma. Como guitarrista, diz que seu maior feito foi compor a música “Me Caminhas, Me Caminho” do projeto Azul Dos Ventos, junto com a vocalista Camila e o guitarrista, poeta e compositor Rafael Mafra. Leandro diz que Camila lhe mandou por e-mail a gravação apenas da voz e da melodia, e em cima dessa gravação compôs o instrumental, meio bossa nova, meio samba, fugindo um pouco do trabalho que fazia no Azisma e no seu projeto solo Belzeboo! No meio dessa pequena, porém honesta coleção, há espaço pra tudo, do pop do Nickelback, aos alternativos Weezer e Sonic Youth, do renovado Red Hot Chilli Peppers ao finado Zwan, dos renascidos Smashing Pumpkins e The Doors, ao cult Strokes e o obscuro David M. Quintan.











Prateleira Especial.




















1. B.B.King & Eric Clapton – Riding With The King. – Álbum gravado no ano 2000, reunindo duas lendas do Blues, e dos grandes guitarristas. “Magnifíco, posso ouvir o dia todo sem enjoar”.
















2. A Perfect Circle – Mer De Noms. – Projeto paralelo de Maynard James Keenan após recesso do Tool, o álbum foi lançado em 2000, sendo muito bem recebido pela crítica e pelo público.”É um CD que consegue me passar sentimento, raiva, tristeza, felicidade[…]”.











3. Faith No More – King For A Day, Fool For A Lifetime. – Terceiro disco do FNM com o vocalista Mike Patton, lançado em 1995, não agradou nem crítica e nem público, foi um fracasso de vendas e uma das maiores injustiças da história do rock. Um álbum fantástico, eclético e altamente bem tocado, um disco que “te prende da primeira música até a última”.
















4. Beth Gibbons & Rustin Man – Out Of Season. – Primeiro disco solo da vocalista do Portishead, indispensável e obrigatório para que gosta de climas cools e arranjos sofisticados á lá Burt Bacharach. “Mesmo sem vontade eu consigo ouvir”.















5. Josh Rouse – 1972. – Sexto disco da carreira desse cantor e compositor americano, uma ode a beleza e a simplicidade da música e da tradição estadunidense. “A qualidade da música que ele passa, não há padrão, é um disco vareado. É difícil ver em um artista que compõe música romantica o que ele fez nesse disco”.

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