terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ouvi de cara feia, e daí?
por Ladislau Smack.

1.












Em primeiro lugar é proibido proibir, e em segundo lugar vivemos numa democracia e por tanto superamos a censura. Então não é pecado e nem sacrilégio falar mal do disco “Nós”, primeiro solo de Marcelo Camelo [Los Hermanos]. Isso mesmo, não coloquei ex-Los Hermanos, porque a banda não acabou e porque o Marcelo Camelo também não saiu dela. A questão é que o disco para mim é insuficiente, ficou abaixo da média e aquém do que Camelo pode fazer. É claro que não se trata de um disco convêncional, é um tanto difícil, mas de qualquer forma chega a ser enfadonho e impalatável em muitos momentos. Não sejamos hipócritas em dizer que não esperávamos um disco baseado em Los Hermanos, mas também não sejamos fiés [no sentido religioso mesmo] ao ponto de não blasfemar contra o Camelo em dizer que não esperávamos mais desse disco. É claro que a poesia de Camelo continua muito bela, mas menos inspirada do que outrora, a música também, e bem menos, reduziu-se a um folk experimental duras penas, com aqui acolá de intrumentos complementares, que não salvam o disco da monoritmia. A voz de Marcelo também está muito baixa, para entende-lo deve-se ou estar em um lugar calmo demais ou a noite, sem ruídos, caso o contrário a audição é quase impossível, e definitivamente, não é um disco para se ouvir de dia. É um disco bastante disparatado mesmo, a Rolling Stone elegeu “Janta” como a melhor música de 2008, já eu a considero uma música muito ruim, graças a participação de Mallu Magalhães, a letra é belissíma, um primor, mas a voz dela, e as intercaladas em inglês [sic], tornam a música um tédio. “Téo e a gaivota” é uma canção boa, assim como “Doce Solidão” e “Santa Chuva”, para mim os destaques do álbum. No mais, cabe as tentativas de “Liberdade” e de “Copacabana” de dar uma ar mais diversificado ao álbum, que quem sabe até consigam deixar-nos menos carrancudos, o certo é que na média geral do disco, o resultado é abaixo do esperado. Tomemos a seguinte regra para embasar o citação anterior, levaremos em consideração três itens importantes, letra, música e participações. No quesito letra, não há discussão, continuam muito boas, e essas sim, acima da méida [não é Maria Rita], agora no quesito música e participações, o excesso de voz e violão, a síndrome de trovador macambuzio, voz tom abaixo e a desastrosa parceria [musical] com a menina que compunha singles [referência ao livro “A menina que roubava livros"], realmente fazem com que na somatória geral, o placar fique em 2 à 1 para os pontos negativos, e que embora dizer que o disco seja péssimo, muito ruim ou horrível seja um exagero, dizer também que os Los Hermanos não deixam saudade é uma grande balela [Zaidan].




1. Paul Strand - Portrait, washington square park - 1916.










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