terça-feira, 10 de fevereiro de 2009



































Ensaio.

A arte da obra e a sobra.

por Ladislau Smack.

Em comum somente a aparência da capa. As diferenças, muitas, a mais aparente, uma é uma obra de arte e a outra um sobra, não de arte, mas de estúdio, pois soa tão igual, tão previsível, que mais parece sobras da mesma coisa. Você pode até questionar, qual o problema de sobras de estúdio?, eu vou dizer, nenhum!, mas isso quando se fala de sobras de Pixies, Sonic Youth, Radiohead – basta lembrar de Kid A e Amenesiac – mas e quando você não tem nada ou tem muito pouco a dizer[…]. Bom, não vou dizer que o Stereophonics seja ruim, longe disso, mas também não vou elevar muito o moral da banda e intitula-los como os salvadores do rock como fizeram com Strokes, White Stripes, The Vines e similares, como em tudo na vida, há um lado bom e um outro ruim, e com esses galêses de Cwmaman não é diferente. Lançado no ano de 1999, o álbum “Performance and Cocktails” é britpop, puro britpop, porém na versão mais assustadoramente massante e arrogante do britpop, mas sem o brilho dos melhores momentos do Oasis e do Blur, aliás, Kelly Jones até soa como Noel Gallagher em “Roll Up And Shine”. Essa uma grande amostra do power pop [pejorativo] de gosto dúvidoso e pré-moldado no estilo Lenny Kravitz, e o que é pior é todo o barulho que imprensa britânica faz em torno da banda, típico do provincianismo britânico. O álbum todo é muito parecido, ora mais pesado, ora menos pesado, as cadências de todas as faixas são muito parecidas, e não que seja um álbum ruim, mas é que soa muito datado, muito falso, muito billboard, um disco feito para vender, é só ver pelos feitos do disco, foi álbum número um do Reino Unido em março de 1999, recebeu boa crítica do NME, Q Magazine e Rolling Stone, e emplacou cinco singles nas paradas inglesas, com destaque para “Bartender and the Thief”. Dentre os singles, uma boa canção é “I Wouldnt Believe You Radio”, uma balada concisa e elegante, com belo arranjo, talvez seja a melhor do disco todo, é onde Kelly se sai melhor, menos Noel Gallagher, e muito menos ainda Robbie Williams, a música ainda traz um solo de guitarra bonito e simples, e além de ter quase quatro minutos, é extremamente agradável. “T-Shirt Sun Tan” lembra muito Couting Crowes, no tipo de rock simples, é audível, menos chata do que “Pick A Part Thats New”, de longe a mais pop chiclete do álbum, com arranjo extremamente comprado em loja de supermercado de tão pronto, e refrão de cantar junto. Posso até ser leviano no que vou dizer agora, mas o Stereophonics é para a Grã-Bretanha o que o Nickelback é para os Estados Unidos, uma máquina de fazer hits baratos, pois apela para o mesmo formato do grupo americano, ora baladinhas tristezinhas, para meninas chorarem amores pedantes no quarto, “Is Yesterday, Tomorrow, Today”, “A Minute Longer” e “She Takes Her Clothes Off” [boa], ora a velha cartilha do “começo leve, meio pesado, refrão, peso de novo”, casos de “Roll Up And Shine”, “Hurry Up And Wait” e “Plastic California”. Ouvindo o disco atentamente nada mais é do que a sobra do que o próprio Stereophonics já fez, é claro que um pouco melhor produzido, um “up” mais pop, e um apelo emocional vazio, e até mesmo a sobra do próprio pop britânico do fim dos anos 90 e começo dos anos 2000 [sic], um belo retrato da apatia burocrática do período Tony Blair. A capa do disco aliás é muito parecida com a celébre fotografia “O Beijo do Hotel de Ville” do grande fotógrafo francês Robert Doisneau, sendo uma distante da outra no tempo 57anos. Doisneua registrou o belo e simples beijo em 1950 em Paris, a cena de um jovem casal se beijando no meio de uma movimentada rua, a arte dessa imagem encontra-se em vários elementos constitutivos, veja a expressão do homem a esquerda, ele é totalmente indiferente ao casal e ao fotógrafo, concentrado indo ao trabalho [talvez], os dois homens um no primeiro plano de costas e um a direito saindo da fotografia, mesmo cortados, servem de moldura e destacam ainda mais o casal. A cena ganha mais emoção pelo fato de que foi um registro casual, inesperado, obra do acaso, do instante mágico, influência clara de Cartier-Bresson em Doisneau, de captar uma imagem única, como a angústia de nada ser como antes em Heráclito, pois por mais que esse beijo se repetisse, ou que milhares de casais de outras grandes capitais, como Cardiff, Londres, Lisboa, se beijem, aquele beijo é único e imortal. A senhora no ombro do rapaz tem um olhar vazio, na mesma direção do homem de pasta indo ao trabalho, já no sentido contrário e ao lado dessa senhora, vemos apenas o vulto apressado de um outro homem, que assim como todo o fundo, e sobretudo o edifício esvaindo-se na névoa pálida de um dia parisiense, dão uma dramaticidade brutal a foto, servindo apenas como coadjuvantes da cena dentro da quadro do casal se beijando. Já a foto de 2007 [da capa do disco] feita por Scarlet Page, fotógrafa inglesa filha de Jimmy Page do Led Zeppelin, soa artificial como o álbum. Embora seja uma boa foto, uma capa interessante, não há dúvida que a foto emula a celébre foto de Doisneau, não que Pages estivesse com o francês em mente, mas com certeza ela conhece o famoso beijo. Embora a foto também seja feita em preto e branco, o close de Pages expõe muito mais a cena, que é milimetricamente montada, nada espontânea, como o rock deve ser, e até nisso capa e disco se parecem, o casal de Doisneua se beija com amor, de olhos fechados e sem saber que estão sendo clicados, o casal de Pages sabe, a moça inclina levemente seus olhos indiferentes para o céu, o homem com o ímpeto típico dos homens, encara a cena como se o mundo fosse acabar, enquanto a esquerda dois jovens converssam [um deles ri – amarelamente, embora preto e branco] e a direita, um expectador, um garoto no colo do pai [possivelmente], olha o beijo principal e não se dá conta de que seus próprios pais também o fazem. Pages poderia ter desfocado levemente o fundo, e não ter feito close, dado uma certa distãncia do espectador, além do que esse beijo é bastante agressivo, veja o detalhe dos músculos do rosto do homem, esse não tem a discrição do jovem de Doisneau, que ergue impulsivamente a mão direita de súbito, enquanto toma nos braços a dama que debruça-se no ar, num movimento imaginativo de transição de uma postura rígida, dura, para uma confortavel, num segundo momento. E também a posição é a mesma do casal, o homem a direita [de quem vê] e a mulher a esquerda, um beijo com amor e emoção, o outro sem amor, sem emoção, e assim como diz o ditado a vida imita a arte, nesse caso o disco imita a arte [no sentido figurativo], uma capa com um beijo falso, um disco com músicas falsas, olhando hoje – dez anos mais tarde – o Stereophonics traiu seu público como Judas traiu Cristo, com uma diferença e uma semelhança, a diferença é que Judas traiu por 30 moedas, já o Stereophonics arrecadou muito com o álbum, e a semelhança é que ambos foram com um beijo.

download.

10 comentários:

  1. A critica é a virtude dos homens!!!

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  2. Anônimo11:16 AM

    Nunca li tanta merda num só texto....

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  3. Anônimo3:49 PM

    Merda não se lê... se caga!!! Para vc poder ver merda nesse texto pesso por gentileza que imprima o mesmo em uma folha formato A4, feito isso abaixe a calcinha e cague bem gostoso na folha e pronto!!! Vc verá muita merda em um texto só... Huahuahuahuahua

    Um beijo Maiquera.

    Atenciosamente:

    Ladislau Smack

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  4. Anônimo9:18 PM

    Cara, vc é um idiota!!!! Comparar Stereophonics com Nickelback??? ta louco? a qualidade dos Phonics é extremamente superior! o álbum teve muitos singles e fez sucesso porque tem Qualidade! Não porque foi projetado pra isso! tenho que concordar, UMA MERDA DE CRITICA!!!!!

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  5. Anônimo12:48 AM

    Ótima crítica!!!Essa banda é muito manjada eu baixei esse albúm e percebi que todas as músicas são parecidas e soa como algo padrão e repetitivo, a pior de todas as piores músicas é a “Pick A Part Thats New” é completamente grudenta e de 5º categoria!!! Concordo com esse Ladislau, pois o cara tem coragem de falar a mais pura verdade na cara dos infelizes fãns de Stereophonics.

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  6. Leandro3:42 PM

    Acha tão ruim assim?
    Vai ouvir Nirvana então!
    ;)

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  7. Sei lá Leandro acho uma boa idéia!!! Eu prefiro ouvir a faixa "smile like teen spirit" do Nirvana 12 vezes do que um CD inteiro dos Stereophonics.

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  8. Anônimo6:23 PM

    Cara, vou dizer uma coisa, quando eu li esse texto eu coloquei o Cd para tocar ao mesmo tempo. Na boa, de onde você tirou tudo isso? O Stereo é bom, muito bom por sinal. Agora, já a sua crítica ser uma bela de uma merda, sobre isso eu não tenho dúvidas.
    Parabéns, você discorda de mim e eu discordo de você. Vivemos nesse mundinho livre de merda, e eu tenho que aguentar o que você escreve, escolhi por ler e você tem que aguentar a minha repulsa por essa bosta aí em cima.
    Enfim, faz feito o cara falou: vai escutar o Nevermind!

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  9. Anônimo2:25 PM

    Quando ele falou sobre as músicas, não foi nem um pouco argumentativo, apenas deu opinião e fez comparações, o que é até ok. Agora pra explicar a capa, foi tosco. Não entendeu a capa, não ai entender o disco. Enfim, vai escutar Nevermind.

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